segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Velha de coração, mas eu tenho apenas 16 ...

Eu quero fugir, ir para bem longe, onde eu possa flutuar em meus pensamentos e sofrimentos,
e que ninguém possa me incomodar, perguntando com cara de pena pelo que está acontecendo...
Chorar sem medo e se auto-perguntar porque teve que ser assim.
Sentir o vento trazendo solidão e carência...
Mas porque teve que ser assim? Porque tenho que sofrer mais uma vez ? Será que ainda não aprendi?
Ele feriu meu coração, e não ficou com nenhum ressentimento... está feliz por se livrar de mim.
Talvez eu não fui a melhor garota pra ele, talvez eu não tenha dado o suficiente...
Mas sei que agora eu mudei, e mudei pra melhor.
Vou viver minha vida em busca dos meus objetivos, e já estou esquecendo ele...
Não sinto mais tremores e aceleradas batidas cardíacas quando vejo o teu semblante de perto, de longe...
Hoje eu sinto é preguiça quando o vejo, sem saber se uso meu lado sarcástico, lhe dou sorriso e aceno alegremente, ou se uso meu lado sincera, cumprimentando-o apenas por educação.
Eu aprendi algo que levarei eternamente em meu coração : A melhor vingança é o seu melhoramento como pessoa.
E eu estou melhorando, eu aprendi a importar comigo mesma, a dar mais atenção aos amigos e a família, se esforçar nos estudos, a dar valor às coisas simples... coisas que com ele eram supérfluas.
Não vou dizer que me iludi, porque na verdade você mentiu pra mim e não fui eu que vi um reflexo seu totalmente diferente da sua verdadeira face.
Agradeço a Deus por eu ter me distanciado de você, agora eu sei que isso me fazia mal, por mais envolvida que eu estivesse... Você não tem beleza interior e usa máscaras a todo tempo.
Vai viver tua vida, com outra mulher, longe de mim por favor... não estou nem um pouco interessada em fazer parte dela.
Você me fez ganhar mais alguns anos de coração, ele envelheceu mais um pouco, se tornando mais maduro e seletivo.
Não sei se isso é bom ou ruim... só sei que o estrago que você fez está cicatrizando, e eu estou voltando a sorrir...
Sei que Deus está fazendo justiça, ele viu meu sofrimento e está dando o que é de merecimento seu.
Eu tô feliz, pra sua infelicidade, já que o que você queria era ver eu me humilhando por você.
Vida nova querido, pra bem longe de você.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Oh Sociedade

Oh sociedade, pra quê tanto padrão?
Se eu não quero ser politicamente correta,
e faço da liberdade a minha vida?

Oh sociedade, porque se incomodar tanto?
Se eu não me importo com espectros alheios,
e a palavra rotulagem não existe no vocabulário da minha essência?

Oh sociedade, porque se interessa tanto em status?
Se o que vale não é aparência, e sim conteúdo?

Enfim, oh sociedade, peço que me esqueça, afinal,
eu não me encaixo em nenhuma de suas burocracias.
Não me importo nem um pouco com seu controle panóptico
e cago e ando para seus clichês de vida moderninha.
Eu não sou alternativa como queres que eu seja,
meus gostos e princípios foram gravados em pedra no período paleozóico.
Então, apague de si o meu semblante, pois nunca estás satisfeita...
e eu seria, sem dúvida, o pior dos seus problemas.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Música e Literatura


[*]Eu, particularmente, adoro dar significados próprios às músicas. Fico horas analisando cada ponto, afim de encaixá-la em minha fase sentimental atual ou mesmo para compreendê-la.
E tem uma em especial que eu não inventei um significado... eu busquei o significado.
É Dom Quixote do Engenheiros do Hawaii. Essa música me estimulou a ler o livro de Miguel de Cervantes que carrega o mesmo nome.

[*]Quando comecei a ler Dom Quixote, eu achei que eu só iria encontrar o significado da música, mas eu também me encontrei. Eu me entreguei profundamente ao livro e descobri que aquela história fazia sentido com a minha, que Dom Quixote nada mais era do que o meu
espelho, no que eu busco me espelhar.

[*]Eu vi uma admirável humildade e uma indignação rara naquele homem por vivermos num mundo tão capitalista e insensível. Ele sim lutou pelas causas perdidas, ele sim quis mudar o mundo, mas ele conseguiu mudar algo maior: meu imenso coração... Me tornando uma pessoa mais sensível, que dá valor às coisas simples e importantes da vida.


Muito prazer, meu nome é Otária; eu tenho amor pelas causas perdidas!


Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos mas sempre no horário
Peixe fora d'água, borboletas no aquário
Muito prazer, meu nome é otário
Na ponta dos cascos e fora do páreo
Puro sangue, puxando carroça

Um prazer cada vez mais raro
Aerodinâmica num tanque de guerra,
Vaidades que a terra um dia há de comer.
"Ás" de Espadas fora do baralho
Grandes negócios, pequeno empresário.

Muito prazer me chamam de otário
Por amor às causas perdidas.

Tudo bem, até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento


Tudo bem, seja o que for
Seja por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

FUNK: Gênero Musical Brasileiro ou Vergonha?

[*]Eu me sinto constrangida quando passo ou estou em algum lugar em que o público-alvo “ curte ” funk. Escrevo curte entre aspas mesmo, porque afinal de contas, ninguém curte um funk, as pessoas dançam o funk. Curtir é sentir a letra, os arranjos, riffs, solos, a melodia... e disso nós sabemos muito bem que o funk é desprovido, principalmente de letra.

[*]Eu fico indignada quando vejo aquelas mulheres rebolando com o dedo indicador na boca, adorando músicas que desvalorizam as próprias; as vezes são chamadas de cachorras, objetos sexuais, vadias, entre muitos outros insultos morais, que, não é de acreditar, mas elas AMAM !

É uma vergonha, pois é assim que as mulheres brasileiras são vistas na gringa, como “ gostosonas ” e mulheres de momento, só para saciar a vontade masculina instantânea.

[*]Se eu pudesse, com certeza baixaria uma ditadura em que quem ousasse escutar funk, pagaria caro, uma pena talvez. Obrigaria a ler livros, escutar músicas de verdadeiros músicos poetas, que traduz enigmas em acordes variados e estimularia o gosto pelo teatro e cinema... talvez assim, o mundo andaria pra frente, as pessoas compreenderiam o significado de cultura e arte. Mas como não sou Osama do bem, tenho que me contentar com o ditado: há gosto pra tudo nesse mundo, e saio imediatamente daquele lugar alagado de baixaria e vulgaridade, concordando com outro: os incomodados que se retirem.

O amor, ah! o amor ...

[*]Falam-me sempre do amor: sentimento bonito, que queima e tranquiliza o coração, faz o impossível ser visível aos olhos... mas eu, amedrontamente falando, vejo estas características como algo improvável de se realizar num mundo tão fútil, de pessoas tão fúteis...

[*]Eu sempre sonhei com um amor verdadeiro, duradouro e vitalício (não confunda com contos de fadas, príncipe e cavalo branco), mas parece que toda vez que eu sinto essas qualidades em certos relacionamentos, eu caio do cavalo, ou melhor dizendo, a máscara cai visivelmente, tão visível que me corrói por dentro, fazendo-me frágil e desiludida.

A frase “ nunca mais irei me entregar ” é concreta quando há solidão no coração, mas ela se
torna supérflua quando amolece o coração.

[*]Nos entregamos sem medo a quem amamos, dispostas a ajudar nos momentos difíceis, rir de suas idiotices, abraçá-lo quando se sentir desprotegido e pequeno, dizer “ eu te amo ” quantas vezes for necessário para ele saber o quanto és especial... mas parece que de nada adianta, chega um dia que ele demonstra cansaço e monotonismo no relacionamento, e é aí na coincidência que você está mais envolvida e realmente interessada.

Você, que planejava um futuro, que estava verdadeiramente disposta a deixar de lado inúmeras coisas só para ele, agora pensa em como pôde agir assim, altamente valorizar alguém que só pensou em você por momentos, só lhe quis por distração.

[*]Não estou tentando ofender ou alertar ninguém, cada um tem sua sorte amorosa e espero que a sua não seja a que eu acabei de descrever.

Eu só queria sair por aquela porta e conhecer alguém que me entendesse, se preocupasse comigo, que me aceitasse como sou, que me respeitasse e dissesse “ você é especial, você é essencial ”, alguém que não me deixasse em segundo plano, alguém que eu realmente me sentisse segura... mas será que é tão difícil assim? As pessoas estão tão fúteis assim?

O amor sofreu uma revolução absurdamente mesquinha que chegou ao ponto de divórcios, adultérios, violência doméstica, estupros... e vida tranquila, bodas de ouro e família unida virou, meu caro, a maior de todas as utopias.

[*]E assim me dispesso, talvez conseguindo sua reflexão ou talvez suas risadas sarcásticas. Vou-me sem dar sentido ao amor, talvez hipóteses, mas com a certeza de que certifiquei-vos que o amor é ambíguo e irônico. A sua incoerência dificulta a compreensão, o tornando árduo ou acalento... vai depender do seu ponto de vista, vai depender da sua esporádica sorte!